Partido governista angolano deve vencer eleição, oposição contesta resultados
Partido está no poder do país desde sua independência. Eleição geral em Angola
Siphiwe Sibeko/REUTERS
O partido governista de Angola deve vencer as eleições nacionais, uma vez que mantém uma sólida vantagem sobre a principal oposição depois que a maioria dos votos foi apurada, nesta quinta-feira, em meio a acusações de fraude.
Uma vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) prolongaria suas quase cinco décadas de governo contínuo desde a independência de Portugal em 1975.
A comissão eleitoral informou nesta quinta-feira que com cerca de 86% dos votos apurados, o MPLA estava à frente com 52%, enquanto o seu principal rival da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), tinha 42%.
Se confirmado, esse resultado daria ao presidente João Lourenço um segundo mandato de cinco anos.
Motociclista passa diante de cartaz do atual presidente da Angola, em 23 de agosto de 2022.
Siphiwe Sibeko/ Reuters
Mas a Unita, liderada por Adalberto Costa Junior, classificou os primeiros resultados anunciados pela comissão na quinta-feira como não confiáveis.
Os jovens em Luanda ficaram indignados com os resultados provisórios. A capital votou de forma esmagadora a favor da Unita, segundo a comissão eleitoral.
"Os 500.000 empregos que nos foram prometidos são uma mentira... Não temos nada", gritou o desempregado Paulo Tomas, 30 anos, quando ele e outros jovens souberam dos resultados iniciais na quinta-feira.
Jovem vota para presidente em Angola, nesta quarta-feira (24)
Siphiwe Sibeko/REUTERS
Ele refletia o sentimento de muitos em Angola, onde metade da população é pobre, apesar do rápido crescimento econômico alimentado pelas exportações de petróleo. O país do sul da África é o segundo maior produtor do continente.
Lourenço prometeu mudança e prosperidade ampla quando venceu as eleições em 2017, e, embora tenha apresentado alguns resultados positivos no combate à corrupção, ele não cumpriu a promessa de reduzir a pobreza.
O candidato a vice-presidente da Unita, Abel Chivukuvuku, disse à rádio portuguesa TSF que o partido considera contestar o resultado das eleições porque não "corresponde à realidade", alimentando temores de violência pós-eleitoral.
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